A saúde e o bem-estar são cada vez mais valorizados na sociedade moderna, com a prática esportiva desempenhando um papel crucial. Nos últimos anos, a variedade de esportes e o número de participantes cresceram significativamente. Esportes radicais, de impacto, e modalidades tradicionais ganham novos adeptos diariamente, aumentando também o número de lesões esportivas.
Nos Estados Unidos, estima-se que 10 a 15% das lesões esportivas envolvem a coluna vertebral, com 0,6 a 1,0% apresentando algum déficit neurológico. Esses dados, baseados em esportes de contato como futebol americano e hóquei, podem não se aplicar completamente a outros países, mas fornecem uma ideia geral.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), no Brasil, as lesões na coluna vertebral correspondem a 3,96% das lesões traumáticas em jogadores de futebol, independentemente da posição ocupada. Estudo mostra que 4,8% dos casos de lesões em atletas de alto rendimento envolviam dores na coluna e 3,22% deformidades. Rupturas musculares na coluna representaram 9,02%.
Embora qualquer esportista possa sofrer lesões não relacionadas ao esporte, algumas são típicas dos atletas e requerem abordagens específicas. Entre as lesões comuns da coluna em atletas estão:
Instabilidades da coluna
Fraturas
Neuropraxia medular cervical
Apofisite da coluna toracolombar
Lombalgia
Espondilólise e espondilolistese
Os mecanismos de lesão incluem forças de flexão, extensão, cisalhamento, torção e microtraumas repetitivos, muitas vezes combinadas. No golfe, por exemplo, ocorrem forças de compressão, cisalhamento, torção e inclinação lateral, podendo resultar em lesões de partes moles, discos intervertebrais e ossos. Lesões de partes moles, como músculos e ligamentos, são mais comuns. Lesões dos discos intervertebrais podem se manifestar como discopatias precoces ou hérnias traumáticas, enquanto lesões ósseas incluem microfraturas, avulsões ou fraturas.
A coluna vertebral é uma estrutura complexa, composta por ossos e partes moles, como ligamentos, músculos, discos intervertebrais e cápsulas articulares. É anisotrópica, com propriedades mecânicas que dependem da orientação e carga aplicadas. Ossos são mais resistentes à compressão e menos à tensão, enquanto partes moles têm o comportamento oposto. Materiais biológicos também são viscoelásticos, deformando-se continuamente sob carga aplicada. O sistema absorve energia através de mecanismos hidráulicos, como no disco intervertebral e no osso esponjoso, mas atividades contínuas ou cíclicas podem prejudicar esse mecanismo, causando degeneração precoce do disco.
A coluna vertebral possui grande resistência e capacidade de absorção de estresse mecânico, mas essas habilidades podem se deteriorar rapidamente, mesmo com patologias de pequena gravidade. Na adolescência, a coluna é vulnerável devido às placas de crescimento; na idade adulta, devido a atividades de risco e trabalhos pesados; e na velhice, devido à rigidez crescente e alterações degenerativas, diversas lesões podem ocorrer.
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